Embaichapeiro e a diplomacia da autoembananação

10/07/2025 O futebol é rico em metáforas. Há expressões carregadas de sabedoria ancestral que, de tão precisas, mereceriam figurar como disciplina obrigatória nas academias de Direito e nas cátedras de Filosofia Política. Uma dessas expressões, quase um provérbio do gramado, ensina com acurada precisão que se "pode deixar o perna de pau sozinho, que ele se marca". À primeira vista, soa como zombaria pueril contra algum caneludo desprovido de intimidade com a bola. Mas, em sua aparente trivialidade, reside a chave para decifrar figuras de notável inapetência intelectual. É o caso — ou melhor, o caso perdido — de Eduardo…

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Trump, tarifas e o fantasma dos BRICS

09/07/2025 Donald Trump, a anomalia histórica que hoje ocupa a cadeira presidencial da maior potência militar do planeta, decidiu mirar sua retórica bravateira contra o Brasil: uma taxação de 50% sobre nossas exportações. A motivação? Nenhuma que resista a dez minutos de exame sério. Mas Trump não se guia por lógica econômica, e sim por uma lógica de espetáculo, de performatividade agressiva. Antes de mais nada, convém recordar quem é esse personagem ancião-juvenil-mimado que, do alto de sua vomitativa laranjice, quer reger a ordem mundial. Donald J. Trump é, oficialmente, um criminoso sentenciado três vezes, em três casos distintos. Primeiro,…

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Hugo Motta, o otário

04/07/2025 Antes de tudo, Hugo Motta é um otário. Deslumbrado com sua longa cauda de rato da extrema-direita, acreditou ser protagonista quando, na verdade, não passa de um estafeta, de um mensageiro obediente. Adestrado na coleira e na focinheira por Eduardo Cunha e Arthur Lira, é um serviçal do bolsonarismo radical e do centrão fisiológico que há décadas parasita o Estado. Motta é o arrivista típico: confunde bajulação com liderança, servilismo com estratégia. Um otário. E não há termo mais preciso. Tão otário que, na mesma semana, pautou duas bombas: o aumento no número de deputados, para agradar ao baixo…

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A Câmara é a trincheira do retrocesso

02/06/2025 A pesquisa Quaest, divulgada hoje, confirma com clareza o que há muito se sabia. Por mais que a liturgia do cargo imponha ao presidente da República certa compostura institucional, a crueza rapinante das decisões do Parlamento exige contenção. Contenção que só pode ser exercida pelos caminhos democráticos disponíveis, pelos expedientes legais ao alcance do Executivo: a judicialização da política. A frase proferida ontem por Lula — “Se eu não for ao STF, não governo” — não é metáfora aleatória, tampouco desabafo retórico. É a descrição literal de um impasse histórico: um governo eleito para promover justiça social e desenvolvimento…

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