Enough is Enough!

29/05/2025 “O que estamos fazendo em Gaza agora é uma guerra de devastação: assassinatos indiscriminados, ilimitados, cruéis e criminosos de civis.”“Sim, Israel está cometendo crimes de guerra.” Não fui eu quem escreveu essas palavras — tampouco um militante palestino, um intelectual progressista ou um ativista pan-arabista. Foi Ehud Olmert, ex-primeiro-ministro israelense, quem as redigiu, em artigo publicado no Haaretz, sob o título: Enough Is Enough. Israel Is Committing War Crimes. Olmert não é dissidente. É herdeiro direto do establishment israelense, homem do Likud — o mesmo ventre político que pariu os repulsivos Menachem Begin e Ariel Sharon e, por fim,…

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Quando a fome mata Netanyahu se alegra e o Ocidente aplaude em silêncio

20/05/2025 Há silêncios e silêncios; mas há um tipo de silêncio que não é ausência de som, mas ausência de humanidade. Um silêncio que revela, mais do que a concordância, a cumplicidade. É o silêncio ouvido nos salões dos palácios ocidentais — morada histórica do cinismo travestido de civilização judaico-cristã — onde se desenham, com a frieza dos sociopatas, os planos de extermínio do povo palestino. Não de hoje. Desde muito antes da criação do Estado de Israel. Todos sabem — até o mais ermitão da humanidade sabe — que o que se passa em Gaza não é conflito, não…

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O adeus de Lula a Mujica e o gesto que transcendeu a política

15/05/2025 Há despedidas que se dão no tempo. Outras, no espírito. A de Lula e Pepe Mujica foi das que se inscrevem na carne da história — mas também nas dobras mais íntimas da alma. Lula não alterou uma agenda internacional extremamente importante para “faturar” com a morte de um velho amigo, como já insinuam — com a previsibilidade de sempre — os de sempre. Estava em viagem quando soube do fim de Pepe, e a família do ex-presidente uruguaio — num gesto de rara grandeza e delicado afeto — decidiu adiar o enterro para que o brasileiro pudesse se…

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Mujica e o funeral que a imprensa quis escrever

14/05/2025 Morreu José "Pepe" Mujica. Morreu o homem de fala mansa e ideias incendiárias, de ternos surrados e moral reluzente; o camponês que presidiu um país sem jamais abandonar o campo. Morreu — e a imprensa brasileira, essa mesma que há décadas se apressa em colar etiquetas onde deveria haver perguntas, correu a batizar o corpo ainda morno com o rótulo mais funcional possível: “símbolo da esquerda”. E então desfilaram-se os obituários, em títulos uniformizados pela lógica do oligopólio, que diziam mais sobre os vivos que os redigiram do que sobre o morto que pretendiam homenagear. O Globo: "O presidente…

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