O ursinho togado

Edward Magro | 29/09/2025 A entrevista concedida pelo ministro Luís Roberto Barroso à jornalista Mônica Bergamo, publicada ontem na Folha de S.Paulo, é, em tudo, ternura e delicadeza. Cada pergunta, um desvelar amoroso; cada resposta, um afago; cada observação, um chazinho de camomila com mel de jataí; cada recordação, um algodão-doce derretendo lentamente na boca. Nada mais apropriado do que descrevê-la como a coisa mais fofa do mundo. Entrevista-fofucha. Talvez esteja aí o problema. Porque, entre tantos diminutivos açucarados, a aura de candura do ministro revela menos inocência do que se imagina, e bem mais cálculo do que a aparência…

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Lula, aula viva de política!

Edward Magro | 25/09/2025 A história de vida de Lula, revelada neste breve recorte do Encontro em Defesa da Democracia e Combate aos Extremismos, realizado ontem em Nova Iorque, é o testemunho de uma existência inteira dedicada a abrir caminhos para que a sociedade se liberte de suas misérias e construa uma vida minimamente digna. Só quem viveu o antes, o pré-lulopetismo, sabe a miséria humana na qual estávamos encarcerados. O vídeo guarda um instante precioso: a experiência que se transforma em narrativa e a memória que se oferece como lição terna. Vemos um homem às portas dos oitenta anos…

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O raro luxo da insatisfação dos ricos

Edward Magro | 25/09/2025 A nova fotografia do humor nacional, oferecida pela pesquisa Pulso Brasil-Ipespe, trouxe esta manhã mais um sopro de ânimo na luta contra o fascismo local. Segundo os números, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viu sua aprovação subir de 43% para 50%, enquanto a desaprovação recuou de 51% para 48%. Até aqui, nada além do balanço habitual das marés da opinião pública. Mas, por trás desses percentuais, escondem-se nuances que merecem ser degustadas com vagar, alegria no coração e sorriso largo no rosto. Primeiro, há a constatação de que a popularidade de Lula se consolida…

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Domingo domingou, e domingará muito mais

Edward Magro | 24/09/2025 Acompanhar a vida política brasileira costuma ser tarefa exaustiva. O espetáculo mais frequente não se faz de grandes decisões de Estado, mas de intrigas miúdas, chantagens calculadas e negociações de bastidores tão repetitivas que, além de se autoesgotar, nos esgota a todos. Tudo isso embalado em selfies e lives broxáveis, como se o fascismo local, em sua versão galinha verde, acreditasse que a transmissão contínua do ridículo pudesse convertê-lo em grandeza. De tempos em tempos, contudo, algo se desloca. Raros como estrelas visíveis em noites paulistanas, surgem dias em que a história decide se mostrar de…

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