Convergência em tempos de crise

Edward Magro | 08/09/2025 Acabo de ler os nossos portais hegemônicos sobre o encontro dos BRICS hoje.Espremendo tudo, misturando boa porção do meu suco gástrico com um tanto generoso de minha bile, e depurando o caldo em peneira grossa para poder escoar, sobrou como suco a habitual superficialidade e a previsível má vontade deles com os BRICS — e, em particular, com Lula. Palavras rasas, relatos planos, como se todo gesto coletivo e cada gesto político pudessem ser reduzidos a manchetes mecânicas. Um tanto quanto indignado — não tenho mais fígado para me indignar em profundidade — rascunhei algumas linhas…

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Ria, ria muito, ria sempre do fascismo

Edward Magro | 07/09/2025 Donald Trump, em sua inesgotável capacidade de se degradar um pouco mais a cada dia, publicou ontem, em sua própria rede social — esgoto fascista batizado de Truth Social —, uma montagem inspirada em Apocalypse Now: helicópteros sobre Chicago e uma bola de fogo, acompanhados da legenda: “Adoro o cheiro de deportações pela manhã.” Apesar da firme resposta do governador de Illinois, JB Pritzker — “Donald Trump não é um homem forte, é um homem medroso. Illinois não se deixará intimidar por um aspirante a ditador” —, o efeito deletério do meme trumpista não deve ser…

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Dançando na lavanderia

Edward Magro | 05/09/2025 Li no zap-zap que Tarcísio disse, na Bolsa de Valores de São Paulo, que o mercado financeiro vai “proporcionar a redução das desigualdades”, como se fosse um tipo de motor da justiça social.Incrédulo, não acreditei.Assombrei-me, perplexizei-me, fiquei pasmado.Reli o post; havia um link. Cliquei receoso, temendo vírus, um cavalo de Troia, alguma armadilha digital. Não era cavalo nem Troia; era apenas Tarcísio, entoando o mantra da “mão invisível”. Essa que, invisível, aperta gargantas enquanto coleciona moedas, tão diligente em concentrar riqueza, agora se convertera em irmã caridosa, repartindo o pão, acolhendo pobres e desgraçados. Acreditei. Não…

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Fascismo, linha de fuga do ultracapitalismo

Edward Magro | 05/09/2025 O capitalismo contemporâneo não se limita a organizar mercados ou fluxos de riqueza: ele se infiltra na tessitura delicada da vida, no sopro íntimo do desejo, nas tramas invisíveis que sustentam nossas relações. Mais que isso, é o parteiro do nosso advento, o gerente das nossas capacidades produtivas, usurpador silencioso de nossas vidas e, por fim, coveiro das nossas existências. Sempre me pergunto se, em algum momento, ele atuou de maneira diferente. Sempre me vem à lembrança a exploração infantil desde seu surgimento na Inglaterra, prolongada por mais de um século. O veredito segue sendo sempre…

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