Baila rancor, baila!

Edward Magro | 03/09/2025 O Tarcísio, como se diz lá no Espigão, "pode até ser burro, mas besta ele não é". O que ele faz, nos palanques em que se exibe e nas manchetes que fabrica, transmitindo a imagem e a sensação de que luta pela anistia de Bolsonaro, não passa de um bailado manco, um tango sem bandoneón, um baião sem sanfona, um minueto sem orquestra. É fogo-fátuo que arde sem queimar, que se mostra sem existir. Ele sabe perfeitamente que não há anistia possível para Bolsonaro, pois qualquer lei nesse sentido encontraria, sem demora, a lata de lixo…

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O julgamento e a República em disputa

Edward Magro | 01/09/2025 Amanhã não será apenas o segundo dia de setembro de 2025. Também não será apenas a primeira terça-feira do mês. Tampouco será o dia em que a temperatura oscilará entre 15 e 26 graus em Carapicuíba, conforme vaticina o Climatempo. O dia será mais quente; será um todo, e não apenas uma terça parte, e não será o segundo dia, mas o primeiro de uma etapa auspiciosa que se abre na vida da democracia brasileira. Pela primeira vez, um ex-presidente e a cúpula de generais que o acompanharam são chamados a responder por uma conspiração golpista.…

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Economist, Bolsonaro e PCC no labirinto das planilhas do Posto Ipiranga

Edward Magro | 28/08/2025 Enfim, Jair Bolsonaro conquistou a capa da The Economist. Não, não se trata de um triunfo de estadista, de uma menção honrosa pela condução da economia ou pela projeção do país no cenário global. O feito do ex-presidente, atualmente tornozelado e sob a tutela da Polícia Federal, foi aparecer ali como um delinquente prestes a acertar as contas com a Justiça. Nada de glória republicana, mas, ainda assim, uma página histórica: o Brasil ocupando o centro de uma das mais influentes revistas do planeta. E o que a publicação britânica, porta-voz mundial do liberalismo e referência…

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Olhe para cima

Edward Magro | 19/08/2025 Algo de muito sério está acontecendo, e não estou certo de que todos estejam percebendo. Não por falta de indícios — eles se acumulam —, mas porque a atenção coletiva tem sido sequestrada, dia após dia, pelo teatro grotesco encenado pelo palhaço fascista de pele alaranjada. O enredo é elementar: distrair, confundir, provocar risos nervosos e, nesse intervalo, avançar projetos políticos de destruição. É a lógica do filme Não Olhe para Cima, paródia quase-vida-real do primeiro mandato de Trump, em que Meryl Streep, emulando Trump, exibia-se dizendo: “Não se preocupem com o meteoro, olhem para mim”.…

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