Bombardeio israelense em Gaza

Inocência bombardeada

10/07/2025

Hoje, dia em que estamos mobilizados nas ruas para derrotar o bolsonarismo e o trumpismo, cânceres fascistas que corroem nossa sociedade, chego em casa e vejo esta foto dolorosa: mais uma mostra do horror absoluto vindo do Oriente Médio, mais uma prova visual do massacre sistemático, meticuloso e incessante perpetrado por Benjamin Netanyahu e seu governo nazissionista contra o povo palestino. A violência do Estado de Israel contra os frágeis não conhece repouso.

É na Faixa de Gaza, este microcosmo de barbárie cuidadosamente planejada, o maior campo de concentração da história, que o fascismo opera sua violência mais brutal. Antes do atual holocausto palestino em curso, Gaza já se configurava como um cárcere a céu aberto de apenas 365 km², onde 2,5 milhões de palestinos viviam confinados entre muros e sob a mira constante do exército israelense. Hoje, após o avanço devastador do processo de limpeza étnica, o que resta do povo palestino está empurrado para meros 15% do território original — ou seja, cerca de 54 km² —, enquanto 85% da região foi ocupada e reduzida a escombros pelas forças israelenses. Mesmo esse fragmento de terra já não é solo, mas pilhas de destroços sobre ruínas, onde milhões de civis sobrevivem em condições infra-humanas. É sobre essa paisagem arrasada que continuam a chover, dia após dia, as bombas lançadas pelo exército do Estado terrorista de Israel. Hoje, por exemplo, mais de oitenta civis palestinos, na fila de ajuda humanitária, foram bombardeados. Pelo menos quinze deles eram crianças. Quinze infâncias explodidas, sem sequer a possibilidade de clemência.

Nestes últimos quinze dias, desde que o Irã cessou suas ofensivas contra Israel, Netanyahu aproveitou o fôlego não para negociar a paz, mas para fazer aquilo que mais parece dar-lhe prazer: explodir palestinos. A trégua iraniana serviu apenas para que Israel empilhasse mais de mil assassinatos por bombardeamento ao seu estoque de maldades. Reinstaurou, com fúria renovada, sua política deliberada de extermínio, numa sucessão de crimes de guerra escancarados.

Aquilo que a propaganda sionista vende como força moral ou resiliência estratégica do exército israelense revela, na realidade, uma covardia militar estrutural. Diante do Irã, o suposto poderoso Tsahal mostrou-se um anão encurralado, absolutamente dependente do guarda-chuva imperial norte-americano. Ficou claro que esse exército sanguinário carece de brio e de autonomia para enfrentar uma força armada real. No entanto, quando se trata de alvejar meninas dormindo, destruir hospitais ou carbonizar famílias inteiras com fósforo branco, aí sim, revela toda a sua eficiência. É valente diante de civis desarmados e covarde diante de exércitos. Não há honra nesse uniforme imundo, apenas sangue coagulado e propaganda bélica.

É imperativo compreender que os crimes de Israel não se restringem à Palestina. São crimes contra a própria humanidade. Cada bomba lançada sobre Gaza é uma bofetada na face da dignidade humana. Cada criança assassinada é um grito que desmoraliza todos os tratados internacionais, todos os tribunais de Haia, todas as resoluções da ONU. É obrigatório reconhecer que Netanyahu não é um líder político, mas um carniceiro nazissionista trajando terno, um depravado moral que converteu a doutrina de segurança nacional em carnificina metódica. Seu governo não administra um Estado. Opera, na verdade, um laboratório de crueldade. A máquina estatal israelense, sustentada por bilhões de dólares em ajuda militar norte-americana, funciona como um organismo parasitário que apenas sobrevive devorando a carne viva dos palestinos.

Mais do que nunca, o dever ético de toda pessoa minimamente lúcida é nomear as coisas pelo nome. Netanyahu é um criminoso de guerra. O sionismo, desde sua origem como ideologia europeia de dominação e ocupação, não apenas degenerou, mas radicalizou-se. Hoje, tornou-se uma doutrina de supremacia racial e extermínio, em tudo semelhante ao nazismo alemão. É colonialismo armado, praticado contra o povo autóctone de uma terra saqueada. Israel, como Estado militarizado e expansionista, encarna a brutalidade colonial em sua forma mais perversa e moderna.

Não existe simetria possível entre ocupante e ocupado, entre um exército e uma população sitiada, entre uma máquina de guerra e um povo faminto. O que há, e o que se perpetua, é massacre.

Se ainda resta alguma esperança para a humanidade, ela passa por Gaza. Não por sua destruição, mas por sua sobrevivência, que é, em si, um ato heroico de resistência contra o horror. Gaza representa a última saída honrosa que a História oferece à raça humana. Permitir sua extinção é selar o fim de tudo aquilo que o Ocidente, um dia, ousou chamar de civilização.

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