Ria, ria muito, ria sempre do fascismo

Edward Magro | 07/09/2025 Donald Trump, em sua inesgotável capacidade de se degradar um pouco mais a cada dia, publicou ontem, em sua própria rede social — esgoto fascista batizado de Truth Social —, uma montagem inspirada em Apocalypse Now: helicópteros sobre Chicago e uma bola de fogo, acompanhados da legenda: “Adoro o cheiro de deportações pela manhã.” Apesar da firme resposta do governador de Illinois, JB Pritzker — “Donald Trump não é um homem forte, é um homem medroso. Illinois não se deixará intimidar por um aspirante a ditador” —, o efeito deletério do meme trumpista não deve ser…

0 comentário

Fascismo, linha de fuga do ultracapitalismo

Edward Magro | 05/09/2025 O capitalismo contemporâneo não se limita a organizar mercados ou fluxos de riqueza: ele se infiltra na tessitura delicada da vida, no sopro íntimo do desejo, nas tramas invisíveis que sustentam nossas relações. Mais que isso, é o parteiro do nosso advento, o gerente das nossas capacidades produtivas, usurpador silencioso de nossas vidas e, por fim, coveiro das nossas existências. Sempre me pergunto se, em algum momento, ele atuou de maneira diferente. Sempre me vem à lembrança a exploração infantil desde seu surgimento na Inglaterra, prolongada por mais de um século. O veredito segue sendo sempre…

1 comentário

Olhe para cima

Edward Magro | 19/08/2025 Algo de muito sério está acontecendo, e não estou certo de que todos estejam percebendo. Não por falta de indícios — eles se acumulam —, mas porque a atenção coletiva tem sido sequestrada, dia após dia, pelo teatro grotesco encenado pelo palhaço fascista de pele alaranjada. O enredo é elementar: distrair, confundir, provocar risos nervosos e, nesse intervalo, avançar projetos políticos de destruição. É a lógica do filme Não Olhe para Cima, paródia quase-vida-real do primeiro mandato de Trump, em que Meryl Streep, emulando Trump, exibia-se dizendo: “Não se preocupem com o meteoro, olhem para mim”.…

2 comentários

Os tocáveis e os intocáveis de Trump

20/07/2025 Jamil Chade, em sua coluna de hoje, relata que Staffan Lindberg, um sueco sóbrio e pouco dado a histerias tropicais, lhe afirmou que, se as coisas seguirem no atual compasso, os Estados Unidos deixarão de ser considerados uma democracia já em 2026. Não se trata de um palpite de mesa de bar. Lindberg é chefe do V-Dem, programa da Universidade de Gotemburgo que avalia, com denso rigor, a saúde democrática dos países mundo afora. O aviso aturde. Afinal, não é todo dia que uma república outrora símbolo da democracia — mesmo com todas as suas contradições coloniais — resolve…

0 comentário