O ursinho togado
Edward Magro | 29/09/2025 A entrevista concedida pelo ministro Luís Roberto Barroso à jornalista Mônica Bergamo, publicada ontem na Folha de S.Paulo, é, em tudo, ternura e delicadeza. Cada pergunta, um desvelar amoroso; cada resposta, um afago; cada observação, um chazinho de camomila com mel de jataí; cada recordação, um algodão-doce derretendo lentamente na boca. Nada mais apropriado do que descrevê-la como a coisa mais fofa do mundo. Entrevista-fofucha. Talvez esteja aí o problema. Porque, entre tantos diminutivos açucarados, a aura de candura do ministro revela menos inocência do que se imagina, e bem mais cálculo do que a aparência…