O julgamento e a República em disputa

Edward Magro | 01/09/2025 Amanhã não será apenas o segundo dia de setembro de 2025. Também não será apenas a primeira terça-feira do mês. Tampouco será o dia em que a temperatura oscilará entre 15 e 26 graus em Carapicuíba, conforme vaticina o Climatempo. O dia será mais quente; será um todo, e não apenas uma terça parte, e não será o segundo dia, mas o primeiro de uma etapa auspiciosa que se abre na vida da democracia brasileira. Pela primeira vez, um ex-presidente e a cúpula de generais que o acompanharam são chamados a responder por uma conspiração golpista.…

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Economist, Bolsonaro e PCC no labirinto das planilhas do Posto Ipiranga

Edward Magro | 28/08/2025 Enfim, Jair Bolsonaro conquistou a capa da The Economist. Não, não se trata de um triunfo de estadista, de uma menção honrosa pela condução da economia ou pela projeção do país no cenário global. O feito do ex-presidente, atualmente tornozelado e sob a tutela da Polícia Federal, foi aparecer ali como um delinquente prestes a acertar as contas com a Justiça. Nada de glória republicana, mas, ainda assim, uma página histórica: o Brasil ocupando o centro de uma das mais influentes revistas do planeta. E o que a publicação britânica, porta-voz mundial do liberalismo e referência…

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Quintal não mais

Edward Magro | 17/08/2025 O último Datafolha trouxe um retrato curioso do imaginário nacional: 35% dos brasileiros acreditam que o tarifaço é culpa de Lula, enquanto 39% atribuem a responsabilidade à família Bolsonaro. O dado em si revela mais do que uma divisão de opiniões: revela a desinformação cuidadosamente cultivada. Pois a verdade é uma só: o tarifaço é culpa direta de Donald Trump. C'est fini! Quanto aos 39% que responsabilizam a família Bolsonaro, o furdunço desinformacional produzido pelo fascismo tenta transformá-la, de família antinacionalista que odeia o povo brasileiro, em uma tropa de “guerreiros” de uma luta imaginária pela…

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Sem infernos, para ninguém

Edward Magro | 02/08/2025 Sou de uma geração de ateus, profundamente marcada pela Teologia da Libertação. Não me pergunte por quê, mas entre a resposta lacônica — “idiossincrasias da existência política” — e a mais provável — “o encantamento de fazer os Céus baixarem à Terra”, proposto por seus pensadores —, é esta segunda que mais me alcança. Digo isso porque uma frase me martela a cabeça há pelo menos quatro anos: “É do inferno dos pobres que se faz o paraíso dos ricos.” Essa frase-pensamento, seca e irrefutável, poderia muito bem ter sido dita por Marx, Spinoza ou Schopenhauer…

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