O louco, o blefe e… truco ladrão!

Edward Magro | 30/07/2025 Ao abrir esta crônica, preciso deixar algo muito claro. Poucos personagens da história recente conseguiram converter o ridículo em método com tamanha eficácia quanto Donald Trump. Seu governo não representa um desvio de rota: é a encarnação crua da engrenagem imperial estadunidense, sem maquiagem nem meias-palavras. Onde antes havia verniz diplomático, ele expôs a grosseria. Onde havia cálculo, ostentou impulsos. Trump não rompeu o sistema; ele o revelou. A justiça ianque falhou e não o prendeu. O Trump rancoroso do segundo mandato foi apenas a versão intensificada do primeiro. Fascista é assim: quando não é pendurado…

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Quando a França disse basta!

24/07/2025 A decisão anunciada há pouco pelo presidente Emmanuel Macron, de reconhecer oficialmente o Estado da Palestina na próxima Assembleia-Geral das Nações Unidas, é mais do que uma boa notícia: trata-se de um gesto histórico, digno de ser celebrado com a intensidade dos momentos que rasgam a couraça da história. Representa um golpe certeiro na armadura diplomática de Israel, há décadas corroída pela arrogância da impunidade. O gesto francês, mais do que uma celebração simbólica da luta do povo palestino, consagra uma derrota amarga para o regime nazissionista de Benjamin Netanyahu e seu gabinete composto, integralmente, por sanguinários criminosos de…

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Tornozeleira com o mapa do inferno

22/07/2025 Queria ter acordado hoje com o desejo manso de escrever uma crônica leve, alegre, divertida — dessas que me provocam riso enquanto escrevo, como quem descansa as ideias inspiradoras num jardim de palavras. No entanto, fui dormir ontem sob o peso da notícia amarga de que o ministro Luiz Fux tentara livrar a cara do miliciano genocida, esse verme rastejante que encarna o que há de mais abjeto na história social brasileira, figura que é, ao mesmo tempo, pai e filho da ruína moral e institucional contra a qual, com muito esforço, ainda lutamos para reverter. Quase não dormi.…

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Os tocáveis e os intocáveis de Trump

20/07/2025 Jamil Chade, em sua coluna de hoje, relata que Staffan Lindberg, um sueco sóbrio e pouco dado a histerias tropicais, lhe afirmou que, se as coisas seguirem no atual compasso, os Estados Unidos deixarão de ser considerados uma democracia já em 2026. Não se trata de um palpite de mesa de bar. Lindberg é chefe do V-Dem, programa da Universidade de Gotemburgo que avalia, com denso rigor, a saúde democrática dos países mundo afora. O aviso aturde. Afinal, não é todo dia que uma república outrora símbolo da democracia — mesmo com todas as suas contradições coloniais — resolve…

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